terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Las Cruces: Dusk - Estranha Falta de Guitarras Marcantes, Mas Album Convence

O Doom Metal, assim como qualquer outro gênero ramificado do Rock e do Metal, também tem suas sub-divisões. Mas a maioria das bandas bebe nas mesmas fontes: Black Sabbath e Blue Cheer. A banda norte-americana Las Cruces é mais uma dessas com músicas cadenciadas e andamento não tão lento. O grupo talvez se localize na ‘escala sabbathica’ de “Master of Reality”, com alguns elementos mais puxados para o Stoner.

“Dusk” é o terceiro disco do grupo e chega às lojas doze anos após “Ringmaster”, o álbum que ajudou a projetar o nome do grupo, inclusive no Brasil, onde foi bastante divulgado na época em revistas e lojas especializadas. A gravação de “Dusk” foi finalizada há dois anos, mas somente agora o álbum chega oficialmente aos fãs.

A banda apresenta no disco uma sonoridade que mescla Trouble, principalmente nas partes mais rápidas, e Cathedral, nos momentos mais soturnos. “Wizard” abre o álbum com um ‘riff’ carregado, arrastado e dá lugar ao baixo no melhor estilo Geezer Butler. Aliás, o baixo se sobressai muito mais do que a guitarra no decorrer de praticamente todas as músicas.

Ao mesmo tempo que isso soa um pouco estranho no começo, ajuda a criar um som mais pesado e cadenciado. Mas fica a dúvida se isso foi proposital ou foi resultado de uma produção menos trabalhada do que no disco anterior. E por falar na parte técnica, as músicas foram co-mixadas por John Perez, o guitarrista e mentor do Solitude Aeturnus, uma das grandes bandas do estilo.

“Revelations” é mais agressiva, rápida, continua pesada, mas não é um destaque no disco. Ao contrário de “Cocaine Wizard Woman”, que traz algo de psicodelia dos anos 60/70. Uma junção de influências de Tony Iommi e Robert Plant. Outra no estilo é “Roll of the Die”.

Muitas pessoas que não gostam do estilo argumentam que as músicas são repetitivas e muito paradas. Com o Las Cruces esses argumentos vão ao chão. As músicas trazem sim esses elementos que, afinal, são característicos, mas também apresentam diversas variações no decorrer das faixas.

Três músicas do álbum foram gravadas originalmente para um EP lançado em 2001: “Banished”, “Farewell” e “Grin”. Curioso que das três, as duas últimas até seguem o mesmo estilo, mais rápidas e com a guitarra tendo um destaque maior. Mas “Banished”, faz parte do outro lado da moeda, com o baixo soando alto.

Além do volume da guitarra estar abaixo dos outros instrumentos, chama a atenção a falta de ‘riffs’ que realmente criem uma identidade nas músicas. Essa é uma das maiores características do Doom Metal, os ‘riffs’ marcantes. Apesar disso o Las Cruces consegue criar um ótimo álbum do estilo.



01. Wizard
02. Revelations
03. Cocaine Wizard Woman
04. Burning Bright
05. Wings Of Gold
06. Banished
07. Dusk
08. Farewell
09. The Level
10. Roll Of The Die
11. Killing Fields
12. Grin





Fonte: Rock Online


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